MICROCLIMA
Uma alternativa de climatização simples e consciente
Teresina é a capital e o município mais populoso do estado brasileiro do Piauí. O crescente desenvolvimento da cidade de Teresina tem provocado um fenômeno comum em todas as cidades desenvolvidas, que é o aumento de temperatura. Este aumento é ocasionado, além da grande quantidade de gases tóxicos lançados na atmosfera e outros fatores, por inúmeras construções civis realizadas no meio urbano. A concretagem excessiva da cidade aumenta bastante a absorção de calor promovendo alta sensação térmica e as chamadas ilhas de calor.
Como alternativa para diminuição desse fenômeno tem-se a promoção do microclima. O microclima é uma área relativamente pequena com condições atmosféricas diferentes da zona exterior, são formadas geralmente quando há barreiras geomorfológicas, ou elementos como espelhos d´água ou vegetação. Pode-se considerar dois tipos de microclima: microclima natural - que corresponde à superfícies da ordem de 10 m a 100 m; e, microclima da planta - o qual é caracterizado por variáveis climáticas (temperatura, radiação) nas proximidades da árvore.
Nas áreas com árvores tipo coníferas a luz é fortemente reduzida, mas pouco modificada qualitativamente. Já nas áreas com árvores tipo folhosas, a luz sofre uma grande absorção seletiva que lhe dá uma tonalidade amarelo esverdeada quando as árvores estão com folhas. Numa floresta tropical, a iluminação ao nível do solo pode descer variando entre 0,1 e 1% da iluminação de um terreno descoberto (DAJOZ, 1978).
Teresina é uma das cidades mais quentes do Brasil e é quente a maior parte do ano, com uma temperatura média de 27°C e variando de 20°C a 35°C, nos meses mais quentes a temperatura pode chegar a 40°C, principalmente no mês de outubro. Com o plantio de árvores nesta cidade, essa realidade se torna mais amena, uma vez que as plantas atuam diminuindo essa temperatura e a sensação térmica desgastante.
Segundo WHATLEY & WHATLEY (1982), parte da radiação solar que chega ao dossel florestal é refletida de volta para o céu aberto, parte é absorvida pelas copas e, posteriormente, transmitida para o interior da floresta na forma de ondas longas e, finalmente, uma última parte penetra diretamente na floresta.
De uma forma geral, o solo florestal é mais quente no inverno e mais fresco no verão que o solo descoberto, sendo este fenômeno observado até profundidades de 1,20 m. A influência da floresta resulta da ação das copas e do isolamento térmico devido ao "litter"(PARDÉ, 1974).
Portanto com o cultivo de árvores é possível, de uma forma simples e conciente, criar áreas de microclimas com o intuito de diminuir a incidência de raios solares sobre o solo e conseqüentemente promover uma climatização favorável com baixas temperaturas e boas condições climáticas.
Por: Mauricio Alves de Sousa
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
DAJOZ, R. Ecologia geral. 3.ed. Petrópolis: Vozes, 1978. 472p.
· PARDÉ, J. Le microclimat en forest. In: PESSON, P. Ecologie forestière. Paris: Gauther-Villar, 1974. p.1-19.
· WHATLEY, J. M., WHATLEY, F. R. A luz e a vida das plantas. São Paulo: EPU/EDUSP, 1982. 103p.
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