quinta-feira, 4 de novembro de 2010

FERTIRRIGAÇÃO

FERTIRRIGAÇÃO

Fertirrigação é uma técnica de aplicação simultânea de fertilizantes e água, através de um sistema de irrigação. É uma das maneiras mais eficientes e econômicas de aplicar fertilizante às plantas, principalmente em regiões de climas árido e semi-árido, pois aplicando-se os fertilizantes em menor quantidade por vez, mas com maior freqüência, é possível manter um teor uniforme de nutrientes no solo durante o ciclo da cultura, o que aumentará a eficiência do uso de nutrientes pelas plantas e, conseqüentemente, a produtividade.
Esta aplicação é possível com todos os métodos de irrigação: superfície, aspersão e localizada(gotejamento ou microaspersão) .No entanto, as irrigações por superfície e gotejamento só permitem a fertirrigação de agroquímicos que necessitam ser distribuídos na superfície do solo ou no seu perfil. Por outro lado, na irrigação por aspersão os produtos químicos podem ser aplicados tanto no solo quanto nas folhas. A Fertirrigação possibilita total controle da quantidade de fertilizantes que devem ser aplicados. O uso da Fertirrigação pelo produtor proporciona economia de fertilizantes e de mão-de-obra e maior eficiência na sua aplicação.
Quando se prepara uma solução de fertilizantes envolvendo mais de um tipo de fonte de nutrientes, deve-se verificar se são compatíveis, para evitar problemas de entupimentos das tubulações, e emissores. O cálcio, por exemplo, não pode ser injetado com um fertilizante que contém sulfato. Esses cuidados devem ser ainda maiores, quando a água usada na irrigação tem pH de neutro a alcalino, ou seja, quando as concentrações de Ca + Mg e de bicarbonatos são maiores que 50 e 150 ppm, respectivamente. O ácido fosfórico não pode ser injetado via água de irrigação que contenha mais que 50 ppm de cálcio e nitrato de cálcio e em água que contenha mais de 5,0 meq.L-1 de HCO3-, pois poderá formar precipitados de fosfato de cálcio.
VANTAGENS
            Alguns fungicidas e inseticidas podem ser mais eficazes quando aplicadosn via água de irrigação do que pelos métodos convencionais(trator, avião).É importante frisar que nem todos os produtos químicos proporcionam resultados satisfatórios quando aplicados por intermédio da água de irrigação.Em muitos casos, os métodos convencionais ainda são os preferíveis.
Uma das vantagens óbvias da fertirrigação é a possibilidade de se subdividir a adubação ao longo do ciclo da cultura visando otimizar a utilização dos nutrientes pelas espécies agrícolas ao disponibilizá-los no momento mais adequado,ou seja, cronometrar de acordo com às necessidades fisiológicas da espécie. A aplicação de fertilizantes solúveis junto à água de irrigação visa então prover os nutrientes certos, nas quantidades corretas, o mais próximo possível ao estádio fisiológico em que o nutriente é mais necessário. Isto só é possível se houver disponibilidade de informação quanto à curva de absorção de nutrientes da espécie cultivada em questão.
Em comparação à adubação convencional, a fertirrigação permite ajustes finos de acordo com as fases de desenvolvimento das plantas, melhorando a eficiência no uso de fertilizantes ao minimizar as perdas. Se o método de irrigação utilizado for localizado, como o gotejamento, por exemplo, a economia de fertilizantes pode ser vantajosamente associada à economia de água.No caso da irrigação por aspersão, se a quimigação é realizada concomitantemente, o custo operacional dessa tecnica corresponderia apenas ao custo de operação do sistema de injessão do produro.Por outro lado,se a quimigação é feita sem a necessidade de se umidecer o solo, o custo operacional também incluiria a despesa para operar o sistema de irrigação.
Em regiões áridas e semi-áridas, ou em regiões em que uma cultura se desenvolve durante inverno seco, é fácil planejar a quimigação para que ela coincida com o molhamento das plantas.Nessas condições os custos de aplicação de agroquimicos são muito baixos.
Outras vantagens:
·         Reduz a flutuação da concentração de nutrientes no solo na fase de crescimento;
·         Facilidade de adaptar a quantidade e concentração de um nutriente específico de acordo com a necessidade da cultura;
·         Possibilidade de emprego de água em solo de baixa “qualidade”, solos pedregosos, muito permeáveis;
·         Possibilidade de aplicação de outros produtos utilizando a infra-estrutura, como: fungicidas, nematicidas, herbicidas;
·         Possibilidade de mesclar fertilizantes e/ou fertilizantes líquidos com micronutrientes que são difíceis de distribuir em todo o terreno;
·         Aplicação precisa de nutrientes de acordo com a demanda do cultivo, evitando concentração excessiva de fertilizante no solo e lixiviação;
·         Aplicação de água e fertilizantes em uma faixa determinada de solo onde as raízes estão mais ativas, aumentando a eficiência do fertilizante e diminuindo seu impacto ambiental;
·         Redução do tráfego de máquinas no pomar;
·         Fácil automação da fertilização.
DESVANTAGENS
Uma das consequência colaterais do uso de fertirrigação pode ser o menor volume de raízes, principalmente no gotejamento, já que os nutrientes, assim como a água, são aplicados muito próximo ao sistema radicular. Aliás, se a informação existir, pode-se manejar a fertirrigação localizando-a nos pontos onde há maior densidade de raízes. A aplicação precoce da fertirrigação pode não ser completamente benéfica ao desestimular o aprofundamento do sistema radicular, criando uma dependência excessiva por parte das plantas, potencialmente danosa na eventualidade de pane temporária do sistema de irrigação.
Quando utilizada sob ambiente protegido, como estufas, há ainda o risco quase inevitável de salinização do solo, pela mesma razão por que o sistema pode ser vantajoso: pelas menores perdas do sistema. Como em geral não há entrada de água de chuva ou qualquer excesso de água no cultivo protegido, os adubos utilizados, que em gerais são sais, acumulam-se e aumentam a condutividade elétrica da solução do solo, clássico indicador da salinização.
Além de ser tóxico aos vegetais, compremetendo a produção, a salinização afeta negativamente a estrutura física do solo, por causar repulsão entre as partículas de argila e de material orgânico coloidal, impedindo a formação de agregados no solo. Desta forma, o solo sofre quase uma "compactação química", comprometendo a infiltração de água e o crescimento do sistema radicular. Se houver disponibilidade de água, isto pode ser evitado aplicando-se periodicamente lâminas de irrigação em excesso para que ocorra a "lavagem" dos sais em excesso. Seriam muito interessantes também prática que favorecessem o enriquecimento do solo em matéria orgânica e, antes de tudo, a aplicação racional dos fertilizantes.

IMPORTÂNCIA
            A importancia da fertirrigação está associada às vantagens que este sistema proporciona ao produtor.Com sua utilização além da economia, e redução do desperdício, há também a segurança por parte da mão de obra envolvida, pois a exposição aos produtos quimicos é prejudicial à saúde, sendo sertos produtos pouco tóxicos, porém outros muito tóxicos. A pulverização, feita de forma manual ou com o uso de trator ou avião, expõe o operador ao pesticida de maneira mais aguda quanto maior for a negligenciacom os equipamentos de proteção. No entanto, a fertirrigação, quando usada pelos métodos de irrigaçãoi por superfície e por gotejamento, não expõe o operador aos pesticidas durante a aplicação.Quando utilizada pela irrigação por aspeção, a exposição pode ser breve, uma vez que não é necessária a presença do operador na lavoura.
            No Brasil há experiências muito bem sucedidas ultilizando-se resíduos industriais em culturas específicas. O que faz da fertirrigação, além de um método de adubação mais racional, uma técnica que permite a reabsorção dos nutrientes não aproveitados nos processos industriais, reduzindo muitas vezes a problemática do tratamento e disposição adequada dos efluentes. Por esse motivo, a fertirrigação pode ser aceita como técnica de tratamento de efluentes orgânicos por infiltração no solo. Tal técnica, desde que bem aplicada e acompanhada de profissionais qualificados, não traz malefícios ao meio ambiente, pelo contrário, estimula uma melhor ciclagem do nitrogênio, fósforo e potássio.

Por: Mauricio Alves de Sousa

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
·         Pinto,J.M.; Bassoi,L.H.Monteiro,J.S.(http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia22/AG01/arvore/AG01_53_24112005115222.) EMBRAPA.
·         Guazina,L.Assessoria de Imprensa - Embrapa Hortaliças BR 060 Brasília/Anápolis, Brasília – DF(http://www.cnph.embrapa.br/noticias/not_31a.htm).EMBRAPA.

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